Neste mês que Canarana completa seu 31º aniversário de vida administrativa, é importante também abordarmos o significado desse nome. Afinal é o nome da nossa terra, do Município onde nós habitamos.
Conforme os estudiosos, Canarana, literalmente significa 'semelhante a cana' ou 'falsa cana', de cana + -rana, sufixo de origem tupi com o sentido de semelhante.
No mundo inteiro existem sete espécies de capim canarana: o capim-de-tartaruga, canarana-rasteira, canarana-fina, canarana-de-folha-miúda, canarana-fluvial, canarana-roxa e canarana-grande. Este último é o mais típico da região amazônica e por isso deve ser aquele que influenciou a escolha do nome do nosso município.
Cada espécie tem uma característica própria, umas são aquáticas e outras dão em terra firme. Todas elas tem suas utilidades, geralmente como pastagem de animais.
Por ser de origem tupi, o nome de nossa cidade estabelece uma ligação com os povos nativos de nosso país. Coincidentemente temos povos indígenas fazendo parte do nosso Município. Isso reforça mais ainda nosso compromisso cultural com esses povos, que foram os primeiros habitantes do Brasil.
Os índios denominaram o capim de cana falsa por ser diferente da cana de açúcar, que habitualmente é considerada a cana verdadeira. O fato de ser uma cana falsa, não significa que não tenha utilidade. Se refere mais ao aspecto de não produzir aquele suco doce, que dá origem a tantos produtos, sendo o açúcar o mais importante.
A escolha do nome Canarana para designar o projeto de colonização da Coopercol (Cooperativa de Colonização 31 de Março Ltda), além do motivo de ser um capim nativo da região amazônica, foi o preferido por ser semelhante a Canaã, a terra conquistada pelo povo hebreu após sua libertação da escravidão no Egito.
Essa explicação pode ser conferida no livro escrito pelo Colonizador Norberto Schwantes: “Uma Cruz em Terra Nova” na página 88. Na sua avaliação, a longa caminhada percorrida pelos colonizadores sulistas tem semelhança com a luta do povo hebreu narrada no livro do Êxodo da Bíblia.
É importante notar que a terra de Canaã, quando foi conquistada pelos hebreus, já tinha moradores. Aqui em Canarana não foi diferente. Os pioneiros do Projeto Canarana I encontraram diversos posseiros espalhados no meio dos cerrados. Isso os obrigou a entrar em negociação e pelo que se sabe, os posseiros sempre chegaram a um entendimento com os colonos e tudo acabava bem.
Todos esses detalhes que envolveram a escolha do nome e o trabalho que foi sendo desenvolvido para a construção do Município, exige de cada um de nós, que hoje residimos em Canarana, uma postura coerente e um compromisso de continuarmos valorizando cada detalhe que faz parte desta terra, que hoje é a mãe que nos abriga, nos sustenta e nos dá a oportunidade de viver.
Não importa quando chegamos em Canarana. Se somos antigos ou moradores recentes. Importa que valorizemos o lugar onde moramos. Valorizar a família onde nascemos e a terra onde habitamos são expressões de gratidão ao Deus Criador, que fez a terra, colocou a vida sobre ela e a governou durante toda a sua existência.
Assim como o povo hebreu foi fiel a Deus, recebendo a tábua dos dez mandamentos, nós também temos a missão de viver o amor sobre a terra que nos foi dada como herança por parte do Criador. Para isso devemos nos inspirar nos propósitos dos nossos líderes colonizadores, que escolheram Canarana como nome de nossa terra, por ser um vegetal nativo de nossa região e por ser um nome semelhante à terra de Canaã, aonde Deus conduziu o seu povo e propôs um projeto de vida.
Se formos fiéis a Deus e às nossas origens culturais estaremos construindo nosso perfil de cidadãos conscientes e atuantes para fazermos de Canarana uma terra onde a dignidade, a justiça e a paz sejam sua marca registrada. Que o Deus Criador e da libertação nos conduza nesta terra Canarana, que um dia foi um projeto de colonização e no futuro seja cada vez mais um lugar de felicidade e realizações para todos os que nela habitarem.